Willem Dafoe e Robert Pattinson, faroleiros do filme "O Farol" (The Lighthouse) de 2019. (Divulgação)
O Faroleiro
Internet, celulares, energia elétrica o dia inteiro (ou
quase). A saudade bate, mas não como antes. O faroleiro, profissão extinta em
outros lugares no mundo, cumpre suas funções nos poucos faróis ainda guarnecidos
do Brasil com um pouco mais de conforto que seus antecessores.
Com o surgimento dos dispositivos que permitiram o
funcionamento automático no início do século XX, aos poucos a presença humana
nos faróis foi diminuindo. A automação permitiu retirar faroleiros e suas
famílias que viviam em lugares isolados e inóspitos. Crianças sem escola,
racionamento de víveres devido à atrasos na entrega de suprimentos, óbitos por
falta de socorro médico e distúrbios psicológicos foram alguns dos dilemas
vividos durante séculos por esses heróis anônimos.
Além de acender e apagar a luz, o faroleiro é o
responsável por manter todo o equipamento instalado e as dependências da
estação, do seu entorno, além de manter o correto funcionamento de outros
dispositivos de sinalização náutica na área de sua jurisdição. Integrando as
especialidades da Marinha do Brasil inicialmente em caráter civil, a função
passou a ter status militar á partir de 1985.
As guarnições são substituídas regularmente. Ao contrário
de viver anos num mesmo farol como no passado, atualmente, dependendo do local,
acontece um rodízio a cada três ou quatro meses.
A ausência do faroleiro ou "Técnico em Sinalização
Náutica" como também é conhecido, expôs os faróis á um novo inimigo: o
vandalismo, que além da ameaça à essas estruturas históricas, causa risco à
própria segurança do navegante.
Em honra aos séculos de serviço prestados por esses
profissionais na operação e manutenção desses monumentos, e em prol da segurança
da navegação, pedimos:
Proteja o farol!