O que é, para que serve e como funciona um farol
Os faróis são estruturas
equipadas com uma fonte luminosa destinadas à orientar a navegação marítima,
fluvial, lacustre e, em menor escala, a aérea.
Eles integram o grupo de
dispositivos visuais de auxílio ao navegante, juntamente com boias, balizas
e faroletes (faróis com alcance inferior à 15 milhas náuticas).
Servem para marcar pontos
importantes das rotas de navegação (cabos, ilhas, acesso aos portos),
alertar sobre perigos (recifes, bancos de areia, rochedos submersos) e
indicar caminhos (alinhamentos).
Além dos astros no céu e
pontos notáveis (elevações do terreno, construções diversas) em terra, os
faróis são pontos de referência que o navegante utiliza para determinar sua
posição no mar.
Atualmente a navegação se
baseia em sistemas eletrônicos, mas os faróis ainda são utilizados:
Na aproximação e entrada de
portos;
Na confirmação de posição e
aferição de instrumentos;
Como referência visual em
caso de pane elétrica;
Como referência para
embarcações desprovidas de meios eletrônicos de navegação.
COMO IDENTIFICAR UM FAROL
Á medida que o numero de faróis aumentava, surgiu a necessidade de diferenciar um do outro, pois antes do invento de mecanismos que pudessem dar características diferentes á luz emitida, todos tinham luz fixa. A primeira ideia para distingui-los foi construir torres duplas (ou triplas).
Os faróis são identificados
durante o dia pela forma e pintura de sua torre, e á noite pela cor e ritmo
de sua luz. A combinação desses elementos da á cada farol uma identidade:
LP(2)B.15seg.32m.24M
Essa informação significa
que o farol exibe 2 lampejos brancos a cada 15 segundos. Sua luz está a 32
metros acima do nível médio do mar e seu alcance (com um padrão de
visibilidade meteorológica de 14,4 milhas) é de 24 milhas náuticas (uma
milha = 1852 metros), ou aproximadamente 45 quilômetros.
Dizemos que o farol emite
“lampejos” quando o período de luz é menor que o de escuridão. Quando o
farol passa mais tempo aceso, apresentando pequenos eclipses ocasionais,
dizemos que ele exibe "ocultações":
Oc(3)E.12seg.25m.18M
Nesse caso, o farol tem uma
luz encarnada que “apaga” 3 vezes a cada 12 segundos.
Além da cor branca (B), o
encarnado (E), o verde (V) e o amarelo (A) também são usados como cor de luz
em sinalização náutica. Encarnado significa "vermelho".
A pintura (ou não) das
torres tem como objetivo destacar o farol da paisagem que o cerca, do ponto
de vista de quem os observa do mar.
Essas informações aparecem em publicações como as cartas náuticas e na lista de faróis (clique aqui para acessar o link da lista de faróis).
COMO O FAROL FUNCIONA?
Durante séculos, foi
imprescindível a presença dos faroleiros para fazer um farol funcionar. Com
o avanço tecnológico, a grande maioria dos faróis hoje funciona
automaticamente, ou seja, ligam e desligam sozinhos através de um
dispositivo (fotocélula) que identifica o nível de luminosidade do ambiente.
O sistema, alimentado por baterias que armazenam energia coletada por
painéis solares, inclui ainda o dispositivo produtor de fase (aquele que faz
a luz “piscar”), um motor para a rotação da lente (em sistemas que utilizam
lentes rotativas), trocador de lâmpadas e pode abrigar também sensores para
coleta de dados meteorológicos.
Num farol encontramos
também os
dispositivos eletrônicos de navegação.
Veja mais detalhes sobre o funcionamento dos faróis na página de
evolução tecnológica.
Segundo a IALA (International Association of Lighthouse Authorities),
associação que reúne os organismos responsáveis pela sinalização náutica de
diversos países, é importante reconhecer que o significado dos faróis se
estende além de sua utilidade na navegação. Além de seu valor arquitetônico,
engloba cultura marítima, história, história social e aspectos ambientais.
Baseados nesses princípios, a UNESCO elevou à categoria de patrimônio da
humanidade o farol Torre de Hércules em A Coruña na Espanha, considerado o
mais antigo farol do mundo em funcionamento. Em busca do mesmo status, o
governo da França anunciou a candidatura do farol de Cordouan, que
juntamente com a catedral de Notre Dame de Paris foi tombado pelo patrimônio
histórico daquele país em 1862.