SÃO FRANCISCO DO NORTE

10 30,70S / 36 24,07W Brejo Grande, SE

 

Embora desativado, o farol da foz do rio São Francisco continua uma incansável luta pela própria sobrevivência.

 

Desde 22 de abril de 1856, um candeeiro içado à noite num mastro de sinais marcava a foz do rio São Francisco no lado alagoano, sendo substituído por uma robusta torre de ferro importada da Escócia, integrante do lote encomendado pelo engenheiro Zózimo Barroso.

 

A estrutura octogonal branca de 16 metros foi equipada com uma lente de 4ª ordem de luz fixa e tinha alcance de 10 milhas. Entrou em operação em 1 de março de 1873 e logo iniciou sua batalha contra a força das águas.

 

O Mapa da Iluminação da Costa do Império de 1874 (um ano após a inauguração do novo farol) trazia a seguinte observação: "Pedem providências contra as enchentes e grandes marés que ameaçam o pharol e o tornam inaccessível". O de 1880 dizia: "Precisa pintura. A casa dos guardas foi invadida pelo mar e abandonada".

 

A solução foi mudar o farol de margem, passando do lado alagoano para o sergipano, em operação dirigida pelo arquiteto Luiz Lucariny. Foi reinaugurado em 1 de novembro de 1884.

 

O farol ainda em terra firme (arquivo de Ewerton Santos Bispo)

 

Na década de 90, as hidrelétricas rio acima diminuíram a vazão na foz e o mar avançou submergindo por completo o povoado de Cabeço. O farol que ficava em terra firme está dentro d’água, inclinando-se aos poucos, talvez procurando o eterno descanso após mais de 150 anos de serviço.

 

A foz é sinalizada desde o início de 1998 pelo farol da ponta do Peba, na margem do lado alagoano.