SÃO TOMÉ
22 02,52S / 41 03,17W Campos dos Goytacazes, RJ
LpL (2) B.67,5seg.49m.40M / Racon O (---) bandas S e X / Radiofarol SK (... -.-) 300 Khz / Estação DGPS
Muitos faróis são instalados em locais de solo arenoso, e por vezes com os
alicerces abaixo da linha d'água. Para esses casos foi concebido um tipo de
torre de ferro constituída por um tubulão central e hastes de sustentação
rosqueadas.
Patenteado em 1832 pelo engenheiro irlandês Alexander
Mitchell e utilizado pela primeira vez no farol Maplin Sands no estuário do rio
Tâmisa na Inglaterra em 1838, esse tipo de torre ficou conhecido como
"Mitchell", "Esqueleto", ou "Farol de Rosca". Na ocasião, o engenheiro Mitchell
já estava completamente cego, problema que foi evoluindo desde sua infância mas
que não o impediu de seguir carreira.
Primeiro desse tipo no Brasil, São Tomé foi inaugurado em
29 de julho de 1882 atendendo à diversas solicitações que alertavam sobre os
perigos de um grande banco de areia nas proximidades. Além dele,
Salinópolis
e
Belmonte são os únicos desse tipo ainda em operação dos 18 que já tivemos.
Fabricada por
Barbier & Fenéstre, a torre de 45 metros e
o aparelho ótico original de
1ª ordem de 19 milhas de alcance tiveram a montagem
iniciada pelo engenheiro inglês William Cunningham e terminada pelo mecânico
francês Victor Alinquant.
Na base do tubo central que abriga a escada de acesso ao
topo ficava a casa dos faroleiros, também em chapas de ferro. Embora fosse a
solução lógica, o uso prático se tornou inviável devido ao clima da região e ao
desconforto térmico causado pela incidência dos raios solares nas paredes
metálicas. Em 1907 foi autorizada a construção de casas de alvenaria.
A torre voltou a sua cor original vermelha, depois de já
ter sido pintada de roxo-terra e com listas brancas.